Em maio de 2020, a pesquisadora britânica Elisa Perego utilizou do termo “long COVID” (em português “Covid Longa”) pela primeira vez para descrever sua experiência com o vírus. Desde então, houve um aumento nas buscas pelo termo na internet.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no período de 3 meses (entre Dezembro de 2020 e Março de 2021) foram geradas 1,65 milhão de menções ao termo “long COVID” nas redes sociais, o que simboliza um crescimento de cerca de 140% das buscas (WHO, 2021).
No entanto, o curioso é que não há um consenso na literatura científica a respeito da nomenclatura mais apropriada para definir esta condição clínica, que também pode ser conhecida como “COVID Pós-Aguda” ou “Síndrome de COVID Crônica”. Vamos entender mais sobre ela!
O que é Covid Longa?
A Covid Longa se trata de uma condição multissistêmica que engloba sintomas comuns da doença, como tosse, fadiga, dor de cabeça, febre, dores nos músculos e no peito, perda de paladar e olfato, problemas gastrointestinais e falta de ar.
Após um Hospital Universitário acompanhar 134 pacientes contagiados pelo vírus, foi notado que 86% destes casos informaram que ainda lidam com, pelo menos, um sintoma residual, mas sem nenhum tipo de relação com a gravidade da doença aguda.
Os autores do estudo ainda afirmaram que nenhum dos pacientes analisados apresentou alguma anormalidades, e que foi notada uma tendência onde as mulheres ou pessoas com idades mais avançadas relataram com facilidade sintomas residuais como fadiga, ansiedade e mialgia (SYKES et al., 2021).
Pode-se concluir que os sintomas persistentes da doença não são uma novidade do vírus. A partir da observação dos médicos pouco depois dos primeiros casos serem compartilhados, foi contestado que pulmões de uma parcela de pacientes foram ou permanecem comprometidos.
Pode não ser uma surpresa, mas os pacientes que se enquadram em casos mais graves da doença (ou seja, que apresentaram 5 ou mais sintomas da doença), podem estar mais propensos à Covid de longa duração.
Atendimento e Acompanhamento
Considerando a diversidade de sinais e sintomas envolvidos na COVID Longa, e a participação de diferentes sistemas, o manejo dessa variação permanece um desafio clínico porque ainda não há diretrizes internacionais baseadas em evidências a serem seguidas.
O acompanhamento de pacientes com COVID Longa deve ser flexível com base em seus problemas clínicos contínuos, em vez de seguir qualquer cronograma pré-definido estrito. Pessoas em recuperação de COVID-19 precisam de uma avaliação clínica completa para determinar sintomas novos, contínuos e progressivos; eles devem ser investigados de forma adequada. Os indivíduos afetados por COVID Longa precisam de monitoramento rigoroso para monitorar complicações precoces, intermediárias e tardias.
A necessidade de suplementação de oxigênio, cuidados paliativos, reabilitação, aconselhamento e outras necessidades psicossociais devem ser rapidamente avaliadas, identificadas e atendidas.
As complicações mais sérias e potencialmente fatais (como tromboembolismo da veia pulmonar, acidente vascular cerebral e eventos cardíacos agudos) devem ser detectadas precocemente e com tratamento apropriado ou encaminhamento a um centro de atendimento profissional.
Além disso, os pacientes devem ser passados por centros de conselhos, a fim de prepará-los para o autogerenciamento e autocuidado, bem como suporte adicional fornecido para idosos e crianças.
Vacinação diminui os sintomas da Covid Longa
Durante uma entrevista à Rádio CNN, Raquel Muarrek, infectologista da Rede D’or, ressaltou que a vacinação completa contra a Covid-19 é de extrema importância para evitar que pacientes sofram com a chamada “Covid Longa”.
“A vacinação é necessária e ajuda a diminuir os sintomas pós-Covid, há resposta melhor na recuperação para quem tenha se vacinado […] É importante o seguimento médico, tem que ser feita investigação e rotina de exames para analisar o real grau de permanência que vem apresentando”, afirmou a médica.
A infectologista disse que a vacinação já provou ser eficaz para diminuir número de mortos, casos graves e internações, mas fez um alerta ressaltando que a taxa de transmissibilidade só diminuirá quando tivermos entre 85% e 89% da população total vacinada.
Muarrek explicou que diversos sintomas compõem os quadros de Covid Longa, a depender da gravidade ou grau de sintomas apresentados, como de origem respiratória, neurológica, intestinal ou cardíaca.
“No Brasil, temos 58% como um todo, temos nichos de quadros de Covid e a transmissão ainda é presente”, completou, ao defender o uso obrigatório de máscaras.
Nova variante é confirmada no Brasil
Nesta terça-feira (30), a Secretaria de Estado de São Paulo confirmou os primeiros casos da nova variante Ômicron do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil. A ômicron é categorizada como de preocupação devido às 50 mutações presentes (mais de 30 dessas na proteína ”spike” – código que o vírus utiliza para entrar nas células).
Segundo Mariângela Simão, vice-diretora geral de medicamentos da OMS, determinadas evidências preliminares apontam que a ômicron pode facilitar a reinfecção.
“Um grupo da OMS se reuniu com especialistas da África do Sul e dessa reunião veio uma indicação de um potencial aumento de risco de reinfecção”, disse a vice-diretora.
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